O que farias pelo teu cão?

De vez em quando vejo uma senhora já com bastante idade a passear um cão também ele com bastante idade, cego, provavelmente surdo e que já não consegue andar... como é que a senhora o passeia? Simples, ao colo.

Esta senhora com bastante idade e também ela com dificuldade de locomoção faz o esforço de ir todos os dias passear com aquele que terá sido o seu companheiro de vida durante muitos anos. Carrega-o nos braços e caminha como pode, faz o seu percurso e regressa a casa. Com companhia humana ou não, esta senhora todos os dias vai fazer com o seu cão o passeio que provavelmente terá feito durante anos.

Teria necessidade de o fazer? Talvez não, afinal o cão já não anda, não vê e provavelmente não ouve, mesmo assim tenho a certeza que disfruta do passeio, afinal tem olfato e acima de tudo sabe que está em segurança nos braços daquela que sempre tomou conta dele e apesar da idade de ambos nunca o abandonou ou entregou a quem quer que fosse e acima de tudo está disposta a cuidar dele até aos últimos dias. E assim deveria ser sempre.

Quando decidimos levar um cão para casa temos que ter a consciência que não estamos a levar uma coisa, estamos a levar um ser vivo que a partir daquele dia vai depender de nós e não vai ter mais ninguém além de nós, seremos os seus amigos e a sua família e teremos que assumir todas as responsabilidades.

Ter um cão (ou outro animal) nunca deve passar de algo que queremos e decidimos a uma obrigação, desde o primeiro dia é nosso dever cuidar da saúde, alimentação, educação e bem-estar do nosso cão (ou outro animal). Felizes aqueles que conseguem estabelecer prioridades e colocar o seu cão dentro dessas prioridades sem nunca prejudicar os seus interesses ou por vezes abdicam dos seus interesses pelo bem do seu cão.

Aquele a quem chamamos “melhor amigo” merece ser tratado e respeitado como tal e seria excelente que cada vez mais pessoas percebessem isso e pusessem em prática aquilo que dizem, afinal se uma senhora de muita idade e com dificuldade de locomoção todos os dias passeia o seu melhor amigo ao colo porque ele já não anda, está cego e provavelmente surdo, qualquer pessoa com toda a sua saúde e todas as suas capacidades o poderá fazer.

Um cão apenas nos tem a nós, somos tudo para ele e ele faria tudo por nós, perdoa-nos coisas que nunca perdoaríamos e raramente nos lembramos disso, fazemos a nossa vida e um dia olhamos para o lado e aquele que era o nosso melhor amigo já não está, só um vazio para nos lembrar que podíamos ter feito muito por ele e com ele e deixamos fugir esse tempo.

João Pedro

Educador Canino

Mania dos Cães – Educação e Treino Canino

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