Expressões que não nos deixam evoluir com os cães

A sabedoria popular ensina-nos muita coisa, algumas aprendizagens são excelentes, outras nem por isso, principalmente por nos levarem para caminhos errados ou nos impedirem de evoluir.

Uma dessas expressões é: “Sempre se fez assim”… se o resultado é bom para todos os envolvidos, tudo bem, mesmo assim tenho as minhas dúvidas: ninguém evolui a fazer algo sempre da mesma forma, por isso talvez seja boa ideia aprender mais e aprender outras formas de fazer para conseguir fazer melhor. Todos estamos muito longe de ser perfeitos mas melhorar está ao alcance de todos.

Outra expressão é: “Não há outra forma”…claro que há outra forma, há sempre outra forma, quem nos diz isto está apenas a dizer-nos que o seu conhecimento acaba ali ou até que não tem interesse ou motivação para aprender ou pensar no assunto.

Depois temos o “é igual em todo o lado…”, esta é fatal, é o mesmo que dizer que apesar de haver algo errado estamos dispostos a aceitar essa realidade e “está tudo bem não vale a pena mexer.” Além disso nunca nada é igual em todo o lado.

Há também outra expressão que é: “tudo se resolve”, que quando é aplicada aos cães é assim “com a idade tudo se resolve”. Sim, com a idade tudo se resolve se fizermos algo para que se resolva.

Todas estas expressões também são usadas no mundo dos cães e como não nos deixam evoluir devemos fugir das pessoas que as utilizam. Já vai longe o tempo em que a informação era rara e o conhecimento limitado. 

No que diz respeito aos cães há uma outra expressão muito perigosa, perigosa porque simplesmente pode arruinar a relação do cão com o mundo, com pessoas ou com outros cães, é a famosa frase: “Deixa-os que eles entendem-se…”, isto na verdade funciona, mas funciona apenas e só quando os cães estão mentalmente bem e conseguem ou têm possibilidade de expressar os seus comportamentos naturais e sem a interferência de humanos. Um cão com medo ou em stress pode chegar a um estado de pânico ou sobre-excitação tão alto que acaba por criar situações que evitaria ou saberia resolver facilmente se estivesse mentalmente bem.

Temos ainda uma expressão que para mim é medonha e de uma falta de empatia e respeito enormes: “Ele (o cão) tem que se pôr no lugar dele”. Há também uma variante que é “Ele tem que saber o lugar dele”. São teorias do tempo da escola antiga e já muito ultrapassadas. Nós é que temos que nos pôr no lugar do cão para o compreender, a relação com os cães não devia ser uma guerra ou competição simplesmente porque não é esse o ponto de vista do cão.

Hoje em dia já se evoluiu muito e a forma de acompanhar essa evolução é aprender, mas aprender com pessoas que praticaram e acima de tudo se essa prática foi complementada com formação e aprendizagem constante e sempre apoiada em informação fornecida pela ciência, porque o “disseram que era assim” ou o “eu acho”, não são escola em lado nenhum e já agora, ver programas na televisão muito menos.

Há também um conjunto de palavras que devemos evitar e por consequência os “profissionais” que as usam, mas isso fica para outro texto.

João Pedro

Educador Canino

Mania dos Cães – Educação e Treino Canino

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